As Ocupações Rosa Leão, Zilah
Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória se reuniram com defensoras públicas
na Defensoria Pública de MG.
Hoje, dia 02/10/2013, das 16 às
19:00h, na Defensoria Pública do estado de Minas Gerais, área de Direitos
Humanos, as defensoras públicas Dra. Cleide Nepomuceno, Dra. Chrystianne
Linhares e Dr. Lucas diz Simões se reuniram com representantes das Ocupações
Rosa Leão, Zilah Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória. A Ocupação Vitória –
www.ocupacaovitoria.blogspot.com.br
-, na Granja Werneck, em Belo Horizonte, já conta com cerca de 4 mil famílias
que estão lutando para escapulir da cruz do aluguel ou da humilhação que é
sobreviver de favor. A Ocupação Zilah Sposito/Helena Greco conta hoje com 160
casas de alvenaria construídas em 3 anos de luta. A Ocupação Esperança – www.ocupacaoesperanca.blogspot.com.br
, na Granja Werneck também, conta hoje com cerca de 2 mil famílias. E a
Ocupação Rosa Leão – www.ocupacaorosaleao.blogspot.com.br
– conta hoje com cerca de 1.500 famílias. No total, as 4 ocupações da região do
Isidoro, Zilah Sposito e Granja dos Werneck contam com 7.650 famílias, isso em
poucos meses, o que revela a gravidade do gravíssimo problema social existente
na capital mineira por causa do imenso déficit habitacional que já ultrapassa –
estima-se – 150 mil casas.
Na reunião com as defensoras/r
públicas, lideranças das 4 ocupações denunciaram arbitrariedades que policiais
vêm praticando nessas ocupações nos últimos dias e noites. Um grupo do GATE, da
Polícia Militar, está acampado no sanatório dentro da Granja Werneck e já
destruiu mais de 70 barracas de lona preta na Ocupação Vitória. Isso sem
autorização judicial. “Chegam mandando o pessoal sair dos barracos e vão
queimando tudo”, disse uma senhora. Várias pessoas foram agredidas por
policiais. Os policiais estão sem a tarjeta de identificação e alguns foram
vistos encapuzados.
Na Ocupação Rosa Leão, onde 130
casas de alvenaria já foram construídas ou estão em construção, desde
sexta-feira, dia 27/09/2013, aconteceu: a) helicóptero da PM sobrevoando com voos
rasantes a ocupação disseminando terror entre as famílias, principalmente entre
as crianças; b) Um micro ônibus da PM circulou dentro da ocupação; c) Dois
ônibus da tropa de choque estiveram na ocupação na noite de 30/09 para 01/10
semeando pânico e terror entre os moradores que não se intimidaram, fizeram
barricadas e queimaram pneus; d) Policiais deram tiros para o ar. Uma barraca
foi toda revirada, inclusive pisando em roupas, sem nada encontrar; e)
Policiais colocaram arma na cabeça de um jovem e o ameaçou; f) Cinco viaturas
chegaram à ocupação após a tropa de choque ter ido embora; g) Um rapaz ficou
com o braço machucado.
A Ocupação Esperança segue se
organizando. “Temos o direito de lutar para conquistar nossa moradia própria.
Não aguentamos mais sobreviver no aluguel ou de favor”, desabafa uma liderança.
Está crescendo a Rede de Apoio
às ocupações citadas, acima. Um grupo de estudantes universitários e
representantes de vários movimentos sociais populares está acampado na Ocupação
Rosa Leão e dormindo junto com o povo nas barracas.
Participaram também da reunião representantes
do MLB, da CPT, do CONEDH e advogados populares.
Ao final da reunião ficaram acertados
vários encaminhamentos, tais como: a) A Defensoria Pública de MG defenderá
juridicamente as Ocupações citadas, acima. b) Uma Audiência Pública será
realizada dia 04 de outubro a partir das 09:00h na Assembleia Legislativa de
MG, na Comissão de Direitos Humanos.
c) O vereador Adriano Ventura
realizará Audiência Pública na Câmara de vereadores para tratar dos direitos
das famílias das 4 ocupações, acima, citadas.
Não adianta a PM tentar
despejar as ocupações da região do Isidoro, pois o povo não tem alternativa
digna. Terá que resistir. Pedimos muita sensatez dos policiais para evitar
atitudes que geram mágoa e podem desencadear tragédias.
O problema é social e não caso
de polícia. Repressão só piora o conflito que já é muito grave. Exortamos as
autoridades públicas para se abrirem para o diálogo sério, franco e sincero. Só
com diálogo e negociação superaremos a injustiça que abate sobre milhares de
famílias.
Enfim, Despejo, não, jamais!
Negociação, sim e já! Por aqui pode vir uma luz no final do túnel.
Pelas Coordenações das
Ocupações Rosa Leão, Zilah Sposito/Helena Greco, Esperança e Vitória,
Frei Gilvander Luís Moreira,
assessor da Comissão Pastoral da Terra,
Belo Horizonte, noite do dia 02/10/2013.
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