Contra
a aberração imobiliária.
Reportagem
do Jornal Leia Agora – www.jornalleiaagora.com.br
, de Santa Luzia, MG, n. 210, de 4 a 11/04/2014, p. 06.
Em
encontro com moradores do Ribeirão do Isidoro, prefeito reafirma ser contra
projeto que propõe a construção de 13.140 apartamentos na divisa de Santa Luzia
com a Capital de MG.
Ganha
mais um capítulo a polêmica discussão sobre o projeto habitacional da Granja Werneck,
que propõe a construção de 13.140 apartamentos através do Programa Minha Casa
Minha Vida, na divisa de Santa Luzia com a capital, próximo ao bairro
Liberdade. Na manhã de 1º de abril, centenas de moradores das ocupações Rosa
Leão, Esperança e Vitória, na região do Ribeirão Isidoro, no Vetor Norte de BH,
fizeram uma caminhada até a Prefeitura de Santa Luzia para pedir apoio ao
prefeito Carlos Calixto em prol da regularização da ocupação existente na área
particular há um ano. Lideranças foram recebidas pelo prefeito e participaram
de uma audiência no gabinete municipal.
Segundo
o líder do movimento, frei Gilvander, as cerca de 8.000 famílias que hoje vivem
no Ribeirão Isidoro podem ser retiradas do local a qualquer momento, já que uma
ordem de despejo foi expedida pela justiça. “Construir esses apartamentos super
apertados na Granja Werneck é uma forma disfarçada de expulsar as famílias pobres
de BH para as periferias da região metropolitana”, avalia. “O que queremos é
casa ou terra e não apartamento”, complementa o líder.
Na
visão de frei Gilvander, a desapropriação ou a compra do terreno com recursos
do programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida pode ser alternativa para
solucionar o problema. “O prefeito de Belo Horizonte e o governador poderiam
baixar um decreto desapropriando o terreno e, posteriormente, repassá-lo para
fins de moradia popular. A doação de recursos do Governo Federal para a compra
do terreno, através do Programa Minha Casa Minha Vida, também seria outra
solução”, sugere.
Para o
prefeito Carlos Calixto, que deixa claro não ser contra o Programa Minha Casa
Minha Vida, e sim contra a construção de 13.140 apartamentos na divisa de Santa
Luzia com a capital, é preciso diálogo entre o governo do Estado e as
prefeituras de Belo Horizonte e região metropolitana. “Belo horizonte não vai
conseguir resolver esse problema sozinho. É preciso diálogo, sensibilizar todos
os prefeitos da região metropolitana para a busca de soluções conjuntas para o
problema da habitação”, avalia.
Calixto
também reafirmou ser contra as ocupações ilegais e a favor de uma readequação
do projeto habitacional na Granja Werneck. “Por que não espalhar os prédios em
toda a área disponível em vez de amontoá-los em um pequeno espaço, onde os
moradores ficarão pelo resto da vida sem segurança, privacidade e conforto?”,
questiona o prefeito.
Ao
final da reunião, frei Gilvander afirmou que o encontro foi positivo, uma vez
que existe um ponto em comum entre os moradores da região do Ribeirão Isidoro e
o prefeito de Santa Luzia. “Tanto nós quanto ele somos totalmente contra a
construção dos apartamentos no local. Vamos continuar contando com o apoio de
Calixto para futuros diálogos com todos os envolvidos, a fim de que os terrenos
sejam liberados para o povo.”
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